terça-feira, 12 de março de 2013

Opção ‘curtir’ no Facebook revela mais do que usuário pretende, alerta estudo

WASHINGTON (AFP) – A opção ‘curtir’ no Facebook pode revelar muito mais do que o usuário pretende. Uma pesquisa publicada na segunda-feira 11 mostra que a análise dos padrões destas preferências pode revelar estimativas surpreendentemente precisas sobre informações pessoais que o usuário não expõe, como: raça, idade, QI, sexualidade, etc.

Cientistas da Universidade de Cambridge, na Grã-Bretanha, e da Microsoft Research - divisão de pesquisas da gigante do softwate americano – desenvolveram um algoritmo que usa as opções ‘curtir’ para criar perfis de personalidade, revelando potencialmente detalhes íntimos sobre sua vida. As opções de ‘curtir’ ficam publicamente disponíveis, a menos que o usuário faça configurações de privacidade mais rígidas.

Os modelos matemáticos demonstraram uma precisão de 88% ao diferenciar homens de mulheres e de 95% em distinguir afro-americanos de brancos. Os algoritmos também conseguiram extrapolar informações como orientação sexual, se o usuário fez uso de drogas ou se seus pais se separaram.

De acordo com os cientistas, estes dados podem ser usados em estratégias de propaganda e marketing, mas também poderiam fazer os usuários ficarem retraídos por causa da quantidade de dados pessoais revelados.

“É muito fácil clicar no botão ‘curtir’, é sedutor”, afirmou David Stillwell, estudioso de psicometria e co-autor da pesquisa. ”Mas você não percebe que anos depois todos aqueles ‘curtir’ são armazenados contra você”, acrescentou.

Stillwell explicou que, embora dados do Facebook tenham sido usados neste estudo, perfis similares poderiam ser produzidos usando outros dados digitais, incluindo buscas na internet, trocas de e-mails e telefonemas. ”É possível chegar às mesmas conclusões com diferentes formatos destes dados digitais”, explicou à AFP.

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